FINALMENTE
Nesse site já escrevemos sobre os ataques com drones, aviões sem tripulações e aviões telecomandados, em países como Paquistão, Iémen e outros, executados pelos Estados Unidos. Abordámos também o secretismo dos programas desses drones e sobre um governo, o norte-americano, que mata fora da alçada dos tribunais ou dos padrões elementares da justiça internacional. Como nas revelações de Edward Snowden, temos no mundo um país, que não é capaz de respeitar as leis dos outros países. Um país que assassina sem controlo, cujo presidente é galardoado com o Nobel da Paz, tendo declarado um "war of terror" e por isso pensa ter o direito de espionar todo o mundo e matar qualquer pessoa. A Amnistia Internacional e o HRW, Human Rights Watch, tornaram público no dia de 22 de Outubro, simultaneamente, um relatório sobre esse assunto. Essas organizações de defesa dos direitos humanos instam os EUA a acabar com o secretismo do seu programa de assassinar à distância, em documentos publicados quatro dias depois de um investigador da ONU ter feito o mesmo pedido. A investigação levou à conclusão que, ao contrário do que é alegado pelos EUA, nem todas as vítimas destes ataques eram terroristas ou pessoas que representassem uma ameaça para as vidas de outros. O já conhecido "colateral damage", danos colaterias. A Amnistia Internacional cita uma mulher de 68 anos que morreu em Outubro do ano passado enquanto colhia vegetais no campo, com o neto ao lado. Um segundo ataque acabaria por ferir familiares da mulher. Um outro , em Julho de 2012, causou a morte de 18 trabalhadores paquistaneses, quando estes se encontravam na pausa para jantar. Só em Paquistão foram assassinados 75 crianças durante anos recentes com drones. A AI diz-se seriamente preocupada que " os ataques tenham violado a proibição da privação arbitrária de vida e possam constituir crimes de guerra ou de execução extrajudicial", exigindo que os responsáveis por estes ataques a civis sejam levados à Justiça. Mais uma fez: falamos neste caso do vencedor do Nobel da Paz. Como o seu predecessor, o presidente George W. Bush, esses líderes precisam de ser julgados no Tribunal Internacional em Haia, na Holanda. No dia de 28 Abril de 2011, o senhor Mohammed el Baradei, o ex-director geral da IAEA, International Atomic Energy Agency, na Bloomberg TV: " Os líderes norte-americanos, que iniciaram a guerra ilegal contra o Iraque, teriam que ser perseguidos. Nós não nos podemos permitir ter dois tipos de justiça internacional. Se nos perseguirmos Milosevic em Haia nós também deveríamos perseguir os responsáveis americanos". A história repete-se: o novo presidente Barack Obama foi eleito com muitas promessas, mas representa a grande desilusão do início do seculo XXI. Ele decide todas as semanas, em segredo, sobre a vida dos outros. Segundo a AI e o HRW ilegalmente. Por isso se trata de crimes de guerra.