A PRESIDENTE CORAJOSA
A Presidente do Brasil, Dilma Roussef, anunciou durante a semana passada que não vai viajar para os Estados Unidos em Outubro. Ela considerou que não foram satisfatórias as explicações sobre as práticas de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana ao Governo e a empresas brasileiras, até mesmo a grande petrolífera Petrobras. Isto claramente tem nada a ver com terrorismo. É pura e simplesmente um acto de espionagem empresarial. A explicação oficial do Brasil: “ As práticas ilegais de intercepção das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do Governo brasileiro constituem um facto grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e é incompatível com a convivência democrática entre países amigos”. Brasil e Argentina preparam ciberdefesa contra a espionagem dos EUA. Entre outras reivindicações, Dilma quer que gigantes da internet, como Facebook e Google, sejam obrigados a armazenar localmente as informações relacionadas com brasileiros. Outra medida: construir e instalar um cabo submarino que ligue directamente o Brasil aos países da Europa para evitar assim o bedelho americano. Estas reivindicações deverão ser feitas, terça-feira, por ocasião da abertura da Assembleia Geral da ONU. O Presidente norte-americano Barack Obama telefonou, segunda-feira, a Dilma Roussef para a tentar convencer a não cancelar a visita aos Estados Unidos, mas sem sucesso . Um insulto grave e uma prova de coragem da Presidente brasileira, que também dá um exemplo aos Governos europeus. Aqui o silêncio está ensurdecedor. Na Europa a privacidade dos cidadãos e das empresas não parece ter alguma importância.